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Altas nos custos de construção de estruturas oneram setor agro

Débora Franke/Arquivo Novo Rural

 

O aço, um dos principais insumos da construção, registou alta de mais de 150% em menos de dois anos

Mais de 150% de aumento em dois anos. Esse é o saldo da precificação do aço, um dos insumos basilares da construção, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que acompanhou o aumento do preço do material entre dezembro de 2019 e abril deste 2021. Naturalmente, esse aumento expressivo carrega consigo a subida do custo em diversos setores, como a agropecuária, especificamente na construção das instalações, como pocilgas, aviários ou estruturas para confinamentos de animais em geral. 

O assistente técnico regional de Sistemas de Produção Animal e Gestão Rural da Emater-RS/Ascar de Frederico Westphalen/RS, Valdir Sangaletti, relata que a inflação estabelecida no país está sendo a grande responsável.  “As construções que há um ano custavam R$ 600 mil, atualmente passam de R$1 milhão”, compara Sangaletti, enfatizando que cada empresa integradora possui um sistema e tecnologias próprias, podendo influenciar no preço final da obra.

Sangaletti conta que a construção de uma pocilga ou de um aviário é o investimento inicial, contudo o aumento significativo vai refletir nos ganhos finais do produtor. O assistente técnico ainda pontua que o preço pago pelo frango ou pelo suíno não acompanhou a alta dos insumos de construção.

– Há uma grande diferença na hora de pagar um imobilizado de R$ 1,3 milhão e pagar um de R$ 600 mil e essa diferença aparece na parcela e pode tirar um valor a mais que estaria indo para o bolso do produtor – destaca.

Devido a este cenário, Sangaletti reforça a importância do estudo de viabilidade para a implementação das instalações. Fundamental para qualquer movimento agropecuário, Valdir ressalta que para a avicultura e suinocultura é preciso considerar, primeiramente, a identificação com o ofício. 

– O estudo é ainda mais importante nessa situação porque, independente de o preço da construção estar mais elevado, o produtor necessita criar cenários e trabalhar com o cenário ótimo, com o médio e com o ruim para ver se em preços menores o empreendimento se paga – aponta Sangaletti reforçando que a decisão final é sempre do produtor. 

Na prática, o impacto é sentido fortemente pelos produtores. O avicultor Fabio Schnell, de Iraí/RS, conta que esse aumento é ainda mais perceptível porque a avicultura não depende de fatores externos, mas sim de instalações e equipamentos que precisam ser adquiridos para garantir a ambiência ideal para os animais. 

– Esses aumentos impactaram muito e continuam impactando porque inviabilizam uma ampliação da estrutura. Para que o cenário mude, esperamos uma política de aumento na precificação da ave, feito através da integradora, ou uma queda nos preços nos materiais e nos equipamentos – esclarece Schnell, que tem planos de ampliar a atividade em parceria com os irmãos. 

Com as obras dos dois galpões iniciadas em novembro de 2019 e finalizadas em maio de 2020, Schnell investiu cerca de R$ 2 milhões, entre mão de obra, materiais e equipamentos, nas instalações meio modal JBS. O produtor avalia que se tivesse que construir a mesma estrutura hoje o investimento passaria de R$ 3 milhões. 

– É um aumento de mais de 60%. Vamos expandir as instalações somente se encontrarmos condições favoráveis, seja através de preços ou de políticas, mas o atual cenário impossibilita as ampliações desejadas – reitera o avicultor. 

Fonte: Samuel Agazzi/Novo Rural

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